quinta-feira, 11 de julho de 2019

Arrependimentos


É muito comum ouvir um “faria tudo de novo”, como que ratificando suas certezas e passando por cima de eventuais erros, que estão sempre por perto e à espreita. Eu não. Tenho arrependimentos e se tivesse a oportunidade, por certo procuraria não repetir as falhas e as bobagens que cometi.

Essa semana fomos jantar, minha mulher e eu, pela dezena e meia de anos que casamos no civil. Sim, necessária a definição "civil" por que casamos algumas vezes em diferentes cerimônias.

Minha amiga, companheira, confidente, musa inspiradora merecia ainda mais. Se me fosse dada a chance, teria carregado menos nas cores de uma culpa que nunca tive e assim me dando ainda mais para minha mulher. Teria sido mais restrito em explicações ao público e assim teria gasto esse tempo em infinitas conversas com minha confidente. Apaixonei-me loucamente e isso não é coisa que se defina. É um sentir sem fim. No tanto que recebi, tresloucadamente seria mais justo com minha musa.

Quando unimos nossas almas, fizemos uma promessa de ficar vivos e juntos por pelo menos 30 anos. É verdade, tenho meus arrependimentos. Nossa saída para jantar não deveria ser a comemoração pelos 15 anos, mas pelo início de outros 15. E dessa vez turma, sem arrependimentos.

sexta-feira, 26 de abril de 2019

Pulando Passos

Há cerca de meio século, ainda nos bancos da faculdade, decidi que era hora de aprender a ler o eletrocardiograma, aquela fitinha com traços estranhos que nos dá várias informações sobre a quantas anda nosso coração. Adquiri um livro que prometia desmistificar aquilo que para a maioria parecia um insolúvel mistério. 
Já o prefácio nos alertava que seguiríamos passo a passo uma rotina que podia parecer ridícula, mas que era imprescindível não pular qualquer etapa por mais óbvio que pudesse parecer; “- não pule página!”. Claro que percebendo aqueles passos absolutamente lógicos, banquei o esperto e fui direto para o meio do livro. Por pouco não desisto de tudo! O bom senso me levou de volta ao início do livro e com mais humildade trilhei por aquelas páginas, cada vez mais complexas e quando por fim passei pelo meio do livro, dessa vez com crescimento programado, tudo ficou muito claro.

Terminei como devia e, até hoje, quase 50 anos depois, ainda leio o eletrocardiograma seguindo os passos daquele livro genial. Eu me faço várias perguntas sequencialmente e ao acabar de respondê-las, tenho pronto o laudo em minhas mãos.

Essa lição ficou para minha vida. Diante de situações inusitadas, me faço várias perguntas que creio pertinentes e ao alcançar as respostas tenho a solução para minhas questões.

Se pudesse pedir alguma coisa a um filho, diria que se fizesse perguntas. Se desviar de seus sonhos nem pensar! Desistir de buscar sua felicidade então, nem cogitar! Nada disso se choca com precaução. Sabemos que “per aspera ad astra” (por caminhos difíceis alcançaremos as estrelas). 

Basta não pular etapas, ter paciência e questionar. Além do mais é apenas preocupação de um velho pai que ama muito e se preocupa com sua prole.

Be happy please!