Hoje vou pegar emprestado o poema da minha filha caçula de 13 anos, premiado em primeiro lugar na sua escola.
O lindo disso é que parece a visão de quem está de fora, mas trata-se da lucidez dessa minha pequena notável.
Vale pela simplicidade, clareza e pureza da explanação.
Obrigado Ilana
segunda-feira, 19 de dezembro de 2016
segunda-feira, 12 de dezembro de 2016
Something is Rotten
A desordem está em todas as partes, até mesmo no título da
postagem. Embora seja um conceito já estabelecido, estas palavras estão em
Hamlet mas não em sua boca. Foram ditas por Marcellus para Horácio enquanto
Hamlet se afastava com o fantasma de seu pai, que lhe pedia vingança. Já dei
minha opinião sobre essa herança cruel de um dever que um pai passa a seu filho,
aprisionando-o em missão suicida (ler no início do post Dançar não pode). Não
satisfeito em matar seu irmão pelo poder, Claudio ainda abocanha Gertrudes, sua
cunhada. Em sua cova Nelson, o Rodrigues ri a toa!
O fato é que a expressão de Marcellus se firmou como símbolo
de uma desordem, um caos, um misto de traição, vingança, corrupção e imoralidade
que tornam inviável a manutenção de um grupo qualquer no poder se não abdicarem
desse padrão.
Eu não sou um “expert” em economia, me dou ao luxo de fazer
apenas medicina e deixo com minha mulher a organização da casa e da clínica
enquanto minhas secretárias tomam conta da recepção e me auxiliam nos
procedimentos. Então reconheço que posso não ser o melhor conselheiro para esse
desgoverno e para sanear essa avalanche de roubalheira e desrespeito que tomou
conta do país, mas tudo que me vem a cabeça é que “há algo de podre nesse reino”(D’aprés
Marcellus em Hamlet).
Explicações não nos faltam; caras de espanto então nem
pensar. Seguindo essa linha de pensamento não há como fugir do conceito de que
nossa polícia federal é formada por um bando de incompetentes, corruptos e
interesseiros, com o claro objetivo de destruir essa nação.
A ordem é mantida pelo equilíbrio entre o crime e o castigo,
de forma que punição próxima de zero = crime perto do céu.
A violência é a parteira da história e não há reforma
indolor. Já vou adiantando que sou contra a intervenção militar e/ou qualquer
forma de truculência. Da mesma maneira que me eximi de fazer a contabilidade
doméstica e da clínica, seguindo o mesmo comportamento em relação à coordenação
administrativa, por me saber não ter a competência de outros, não me arrisco com
uma resposta na ponta da língua, mas diferente desse congresso e dessa fauna
política, não transgrido e não faço acordo. É o primeiro passo. Não me arvoro
em dono da verdade, mas com certeza há algo de podre nesse país.
A sociedade deverá reagir, se organizar, continuar se
manifestando, mostrar seu desagrado, parar de cometer os pequenos delitos que
se agigantam quando a oportunidade se faz presente, ter orgulho de si e de sua
dignidade, deixar explodir no peito outra vez o grito de que o povo unido
jamais será vencido.
Mesmo porque na história do Billy (Shakespeare) todos morrem
no final. Vamos fazer diferente.
sexta-feira, 18 de novembro de 2016
Honi Soit Qui Mal y Pense
Uma expressão
francesa para envergonhe-se quem
nisto vê malícia, numa linguagem meio pernóstica, usada por intelectualóides.
É também o lema da Ordem da Jarreteira, comenda
britânica criada no tempo das Cruzadas.
Conta-nos a
lenda que, em 1347,
durante um baile da corte, a Condessa de Salisbury perdeu a sua liga azul. O Rei
Eduardo III mais que depressa ajoelhou-se e recolocou-a, sob a visão crítica e as pretensas e
discretas contraturas da comissura labial dos nobres, o famoso risinho.
Sem perder a
pose, muito pelo contrário, Eduardo replica a seus críticos: "honi soit qui mal y pense!”, seguido de um pequeno discurso, tudo em francês.
Da mesma forma que culturalmente Roma era grega na época do império romano, em um
bom período da idade média o francês era a língua oficial da corte inglesa.
A verdade é que
era tudo encenação. Não era segredo que Eduardo era “useiro e vezeiro” daquele quintal. Conhecia
como poucos cada linha daquelas colunas que sustentavam seu ninho de amor. Eram
muito mais que íntimos. Dizem as más línguas que Sally deixara a liga meio
solta de propósito para alimentar os sonhos e as taras de Dudu. Coisas
inconfessáveis típicas dos amantes. Cá entre nós, existem registros muito fidedignos
que Sally tratava de suas pernas de forma futurista para a época.
Diferentemente das lisboetas, cuidava para não deixar um só fio de cabelo
visível. Era muito ciosa disso, provavelmente por causa dos ovários polimicrocísticos.
Seguindo essa
linha de divagação vamos acabar justificando as cruzadas, que não é nosso foco
agora.
A polícia
federal por seus componentes, está fazendo um trabalho magnífico de arrumação
da casa. O mais pitoresco em cada prisão é a cara de surpresa dos meliantes. Alegações
como a defesa “dos interesses do povo” e o “sacrifício próprio em detrimento de
uma causa maior” pululam nas bocas de seus advogados.
“Fui a Paris no
mais caro restaurante, paguei com verba desviada dos hospitais públicos, do
salário do funcionalismo, para uma boa representação do nosso estado. Perdi
noites de sono em baladas com minha mulher, gastei verbas em presentes às
custas da merenda escolar e de investimento na segurança, sempre pensando no
bem do povo da minha cidade”.
São de tal forma
canalhas que quase acreditam no papel de vítimas que se auto impuseram. Mesmo
sabendo que seus malfeitos são de conhecimento geral, se postam de vítimas das
sua verdadeiras presas, que somos todos nós, simples mortais.
Fico assistindo
suas declarações esperando o momento que darão uma de Dudu III e atacarão com
a maior desfaçatez um “honi soit qui mal
y pense”.
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quinta-feira, 10 de novembro de 2016
A Mão Extraterrestre
Nem brigar comigo no trânsito as
pessoas querem mais. Quando vêem que se trata de um senhor, passam a ser
condescendentes e até fraternais. Só isso bastaria para confirmar que o meu
tempo passou e que de fato envelheci. Mas a vida se mostra, na sua ironia e
crueldade, mais requintada.
Eu definitivamente não sou mais
jovem, embora digam que eu permaneça com uma estranha beleza. Algo de
maturidade, consciência e compreensão da natureza humana. É bem provável que a
mente tenha embotado um pouco, tenho me surpreendido com a falta de equilíbrio
na bicicleta, a visão, nossa, essa chegou a quase 5 graus em cada vista, passo
os dias na esperança de um só dia e no trânsito estou ficando “punk”, mas a
perspicácia, a capacidade de entendimento e de enxergar o que não é visto ainda
permanecem aguçados.
Quando jovem, tive um fusquinha onde a
sinalização de dobrar para os lados era uma barra que saia da coluna do carro,
piscando e acionada manualmente. Depois com os aprimoramentos da modernidade da
época passou a ser semiautomático, se não me falha a memória, acionado por um botão eletrônico
no painel. Estão vendo a embotada?!
Hoje, a velocidade e a condescendência
no trânsito não estão nem na memória. Perderam-se na pressa do dia a dia, na
frieza das relações humanas regadas ao ódio plantado na injustiça social. Hoje o
sistema é totalmente eletrônico e sem qualquer vestígio de humanidade no
processo.
Cansei de presenciar mãos abertas com
a palma para cima, como quem questiona e desafia, sempre a um passo das vias de
fato, onde não raro esse embate acaba em morte.
Foi nesse contexto que me surgiu
naturalmente a ideia de tornar minha sinalização mais humanizada. Meu
companheiro de estrada não estaria disputando o espaço ou fazendo do seu
carro uma arma. Passei a pedir passagem com a mão espalmada para baixo, como
quem suplica, se mostra humano e não um robô. Quase trêmula e com movimentos
rápidos essa mãozinha consegue na quase totalidade das vezes a simpatia do
motorista e o espaço para alcançar o outro lado da via, quando se percebe o
traço de gente dentro da máquina.
As pessoas precisam saber que há um semelhante com seus medos, suas angústias e ansioso por encontrar um
igual. A mão humana estendida quebra a expectativa de estar transitando com extraterrestres
ou inimigos a serem abatidos.
De repente essa simples mãozinha era
o exercício que precisávamos para reencontrar nossa humanidade.
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segunda-feira, 7 de novembro de 2016
Detesto o Super Honesto
Tenho aversão a essa qualificação, muito embora não raro eu mesmo
me surpreenda abusando da expressão. Da mesma forma uso o “Deus me livre” sendo
eu visceralmente um ateu.
Uma mulher bonita já é o suficiente, não precisa ser super. Muitas
meninas quando vão chegando aos seus 45 -50 começam a acreditar que estão
perdendo seu encanto, que não são mais super. “Ah meu Deus” (lá vou eu de
novo). Deixei isso claro na minha crônica “Don Juan e o Puro Sangue Marchador”
(clique e leia).
Minha mulher bateu os 50 e a cada dia é mais deusa e musa
inspiradora. Ainda usa o coque! Valha-me Deus e nossa senhora! (aqui de
novo).
Existem condições “tudo ou nada”. O grande problema no meu
entender do super honesto é que ele pode ter um primo apenas honesto. É
honesto, mas não é super! E aí que mora o perigo. Não existe meio-termo para
isso. Ou é ou não é!
Alguem que não rouba porque tem gente olhando já é “tipo” o primo
do super.
O que levou o país a esse quadro catastrófico foi a prática de uma
gradação da honestidade. “- Pequenos
delitos eventuais até pode”. Rouba-se apenas o que é possível e aos poucos
vai se alargando o conceito de “possível”.
Da mesma forma, as agressões verbais entre um casal tomam um rumo
crescente, passando para os palavrões, empurrões, tapas ... e Maria da Penha!
Comum na área médica sugir uma medicação milagrosa que com o tempo
cai em desgraça e finalmente encontra seu lugar no arsenal terapeutico. O
Brasil está no limite da imoralidade e da antiética. É preciso uma reação também
extremada e rigorosa, com princípios de um samurai para trazer de volta a ética
para os trilhos.
A lava jato está no caminho, mas cabe ao povo fazer a sua parte. E
olha que nem precisa ser super honesto; honesto já está de bom tamanho.
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sábado, 5 de novembro de 2016
Quem é Vera?
- Amor tive um sério acidente de carro. Deu perda total,
fraturei 4 costelas, o braço e o fêmur, rompi o baço e parece que tive também
um traumatismo craniano, mas o neurologista falou para Vera que está tudo sob
controle!
- .... quem é Vera?!
Muitas vezes por razões as mais diversas, perdemos o foco da
questão mais imediata. Certa vez inundei a mente de um jovem de seus 17 – 18
anos, sobre vários problemas na confecção de uma programação para computador; ele
habituado aos jogos eletrônicos me deu uma grande lição: - vamos matar primeiro os inimigos
mais próximos.
Ainda que a esposa pudesse desejar o fim de seu marido, a
Vera era o menor dos problemas naquele momento, assim como mesmo que alguns
desejem a morte do Brasil, o pretenso tenor Bob Jeff ou o malvado favorito John
Kane, apenas cumpriram seu papel naquele momento e nem por isso deverão ter
abonadas suas falcatruas, que “en passant”, não foram poucas e nem sequer
inocentes.
Cravanella aprendeu direitinho com Brizola como se desviar
do foco. Nos últimos debates enquanto Frouxo dissertava sobre os ossos
quebrados, o eterno bispo (sem trocadilhos) idolatrava a Vera. Deu no que deu.
Não estou aqui na defesa da impunidade, ah não! Vocês jamais
ouvirão isso de mim, mas sangue frio e foco são fundamentais em qualquer
embate. Aos faltosos com a decência e para com a lei não lhes desejo a morte,
mas vida longa; não quero que percam a visão, apenas um olho e que no outro
tenham miopia de 38º. Também espero que percam todos os dentes menos um e que
nesse tenham carie e dor de canal até o final dos tempos.
Permito-me reproduzir aqui palavras sábias de Gorki, na fala
de Teteriev, um alcoólatra que gosta de filosofar. Na peça Os Pequenos
Burgueses ele sobe na mesa e faz um discurso super impactante na alma dos
politicamente corretos:
“Quando dizeis que o
mal se paga com o bem, vós vos enganais. O mal é uma qualidade que vos é inata.
E por isso de pouco valor. O bem, vós inventastes e pagastes terrivelmente
caro. E em virtude disso o bem é uma coisa valiosíssima, rara. Conclusão:
colocar num mesmo plano o bem e o mal é inconveniente e inútil. E eu, em
verdade, em verdade vos digo: pagai o bem com o bem somente! E nunca além do
recebido, que é para não estimular no homem a tendência à usura. Porque o homem
é ávido! Tendo recebido uma vez além do que lhe é devido, da próxima vai querer
receber ainda mais. Mas não lhe pagueis menos do que lhe é devido. Porque, se o
enganais uma vez, o homem é rancoroso; ele dirá de vós: são uns falidos! E
deixará de respeitar-vos. E da próxima vez não será mais o ‘bem’ que ele vos
fará. Ele se contentará, simplesmente, em vos dar uma esmola. Irmãos! Não há
nada mais triste sobre a terra, nem mais repugnante, do que um homem dando uma
esmola ao seu próximo. Pagai o bem estritamente com o bem. Quanto ao mal, pagai
cem vezes mais. Sede pródigos ao retribuir ao próximo pelo mal que ele vos
ocasionou. Se quando pedirdes um pão vos derem uma pedra, descarregai sobre sua
cabeça uma montanha!”
Lembremo-nos que a Vera/Brasil não escapou ainda, só estava
cumprindo sua missão naquele fatídico momento. O país está de olho. Ah Vera! Ave
Vera!
segunda-feira, 31 de outubro de 2016
O Pingo do "i"
Há alguns anos um país do médio oriente decidiu hospedar uma
reunião do chamado “movimento dos não alinhados”, uma organização surgida em
1955, encabeçada por líderes de conduta questionável, (permito-lhes assim o
benefício dúvida) que se diziam imparciais, queriam distância dos blocos
comunista & capitalista e cujos dez mandamentos não se encaixavam em nenhum
deles.
Composto por terceiro mundistas cujo alvo maior é geralmente os EUA, têm sua sede em Nova Iorque, sob o teto das Nações Unidas.
Diria que colocar os
pingos nos "is" é preciso.
Lembro que seu primeiro secretário foi nada mais nada menos
que Tito da Yuguslávia, passando por Sukarno, Nasser, Fidel, seu mano, Mubarak
e outros afins. Tutto buona gente! Eis seus ditames:
1.
Respeito aos direitos humanos fundamentais e aos objetivos e princípios da Carta das Nações Unidas.
3.
Reconhecimento da
igualdade de todas as raças e a igualdade de todas as nações, grandes e
pequenas.
4.
A abstenção de
intervir ou de interferir nos assuntos internos de outro país.
5.
O respeito ao
direito a defender-se de cada nação, individual ou coletivamente, em
conformidade com a Carta da ONU.
6.
A abstenção do uso
de pactos de defesa coletiva a serviço de interesses particulares de quaisquer
das grandes potências.
7.
A abstenção de todo
país de exercer pressões sobre outros países.
8.
Abster-se de
realizar atos ou ameaças de agressão, ou de utilizar a força contra a
integridade territorial ou a independência política de qualquer país.
9.
A solução pacífica
de todos os conflitos internacionais, em conformidade com a Carta da ONU.
10.A
promoção aos interesses mútuos, à cooperação e o respeito à justiça e às obrigações internacionais.
quarta-feira, 26 de outubro de 2016
Eu podia estar roubando ...?!
Com essa gana de vencer as adversidades, de tentar passar o
mais incólume possível pela crise, vemos guerreiros que não se curvam e muitas
vezes cruzamos com eles adentrando o ônibus para vender balas, canetas e outras
bugigangas que lhes garantam o prato à mesa.
Outro dia subiu na minha condução um simpático e risonho
rapaz que começou seu discurso com uma fatídica frase: “Eu podia esta roubando,
mas estou aqui vendendo balas”.
Foi aí que eu quase enfartei. Como é que é?! De onde cara
pálida você tirou a idéia de que poderia estar roubando? As dificuldades que
porventura atravessam nosso caminho não são um alvará para liberação do crime. A
seguir essa linha de raciocínio, alguém iria também ponderar – Eu poderia estar
vendendo bala, fazendo ultrassonografia, trabalhando na obra como engenheiro,
exercendo com dignidade meu cargo público, mas estou roubando. Claro porque
roubar segundo essa lenda que acaba de ser criada, é uma opção válida. Não! Não
é.
A liberalidade com pequenos delitos foi o que levou nosso
país a essa situação caótica em que a exceção passou a ser uma regra. Os
ladrões discursam com os olhos arregalados, espantados e surpresos com a
indignação da vítima. – Qual é o problema? Tirei sim, mas todo mundo tira.
Um ex funcionário público que galgou o mais alto cargo do
país, alegou com a maior desfaçatez que de fato fazia o chamado caixa 2 porque
essa era uma prática usual na política. Justo quem havia chegado lá com a
promessa de moralização das instituições.
Estacionei meu carro em uma vaga comum, mas poderia tê-lo feito
na vaga de um deficiente ou idoso. Devolvi o troco que a caixa me deu a mais
por engano, mas poderia ter calado e ficado com uns trocados a mais. Não
idiota, não poderia não!
As coisas mais simples de uma organização social, como um
ônibus parar no ponto para pegar seu passageiro, ficaram perdidas nesse
esgarçamento do tecido social. Essa administração, desde representantes de
bairro até a presidência, passando pelas câmaras de políticos de todos os
níveis, precisa passar seus 40 anos de deserto, a fim de criar uma nova estirpe
e um novo conceito de decência e atitude comunitária.
domingo, 23 de outubro de 2016
DEUS, SEGUNDO BARUCH SPINOZA
“Pára de ficar rezando e batendo o peito! O que eu quero que faças é que saias pelo mundo e desfrutes de tua vida. Eu quero que gozes, cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que Eu fiz para ti.
Pára de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo construíste e que acreditas ser a minha casa.
Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas praias. Aí é onde Eu vivo e aí expresso meu amor por ti.
Pára de me culpar da tua vida miserável: Eu nunca te disse que há algo mau em ti ou que eras um pecador, ou que tua sexualidade fosse algo mau.
O sexo é um presente que Eu te dei e com o qual podes expressar teu amor, teu êxtase, tua alegria. Assim, não me culpes por tudo o que te fizeram crer.
Pára de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver comigo. Se não podes me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar de teus amigos, nos olhos de teu filhinho... Não me encontrarás em nenhum livro!
Confia em mim e deixa de me pedir. Tu vais me dizer como fazer meu trabalho?
Pára de ter tanto medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito, nem te incomodo, nem te castigo. Eu sou puro amor.
Pára de me pedir perdão. Não há nada a perdoar. Se Eu te fiz... Eu te enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio. Como posso te culpar se respondes a algo que eu pus em ti? Como posso te castigar por seres como és, se Eu sou quem te fez? Crês que eu poderia criar um lugar para queimar a todos meus filhos que não se comportem bem, pelo resto da eternidade? Que tipo de Deus pode fazer isso?
Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei; essas são artimanhas para te manipular, para te controlar, que só geram culpa em ti. Respeita teu próximo e não faças o que não queiras para ti. A única coisa que te peço é que prestes atenção a tua vida, que teu estado de alerta seja teu guia.
Esta vida não é uma prova, nem um degrau, nem um passo no caminho, nem um ensaio, nem um prelúdio para o paraíso. Esta vida é o único que há aqui e agora, e o único que precisas.
Eu te fiz absolutamente livre. Não há prêmios nem castigos. Não há pecados nem virtudes. Ninguém leva um placar. Ninguém leva um registro.
Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida um céu ou um inferno.
Não te poderia dizer se há algo depois desta vida, mas posso te dar um conselho. Vive como se não o houvesse. Como se esta fosse tua única oportunidade de aproveitar, de amar, de existir. Assim, se não há nada, terás aproveitado da oportunidade que te dei.
E se houver, tem certeza que Eu não vou te perguntar se foste comportado ou não. Eu vou te perguntar se tu gostaste, se te divertiste... Do que mais gostaste? O que aprendeste?
Pára de crer em mim - crer é supor, adivinhar, imaginar. Eu não quero que acredites em mim. Quero que me sintas em ti. Quero que me sintas em ti quando beijas tua amada, quando agasalhas tua filhinha, quando acaricias teu cachorro, quando tomas banho no mar.
Pára de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que Eu seja?
Me aborrece que me louvem. Me cansa que agradeçam. Tu te sentes grato? Demonstra-o cuidando de ti, de tua saúde, de tuas relações, do mundo. Te sentes olhado, surpreendido?... Expressa tua alegria! Esse é o jeito de me louvar.
Pára de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que te ensinaram sobre mim. A única certeza é que tu estás aqui, que estás vivo, e que este mundo está cheio de maravilhas. Para que precisas de mais milagres? Para que tantas explicações?
Não me procures fora! Não me acharás. Procura-me dentro... aí é que estou, batendo em ti.
Pára de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo construíste e que acreditas ser a minha casa.
Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas praias. Aí é onde Eu vivo e aí expresso meu amor por ti.
Pára de me culpar da tua vida miserável: Eu nunca te disse que há algo mau em ti ou que eras um pecador, ou que tua sexualidade fosse algo mau.
O sexo é um presente que Eu te dei e com o qual podes expressar teu amor, teu êxtase, tua alegria. Assim, não me culpes por tudo o que te fizeram crer.
Pára de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver comigo. Se não podes me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar de teus amigos, nos olhos de teu filhinho... Não me encontrarás em nenhum livro!
Confia em mim e deixa de me pedir. Tu vais me dizer como fazer meu trabalho?
Pára de ter tanto medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito, nem te incomodo, nem te castigo. Eu sou puro amor.
Pára de me pedir perdão. Não há nada a perdoar. Se Eu te fiz... Eu te enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio. Como posso te culpar se respondes a algo que eu pus em ti? Como posso te castigar por seres como és, se Eu sou quem te fez? Crês que eu poderia criar um lugar para queimar a todos meus filhos que não se comportem bem, pelo resto da eternidade? Que tipo de Deus pode fazer isso?
Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei; essas são artimanhas para te manipular, para te controlar, que só geram culpa em ti. Respeita teu próximo e não faças o que não queiras para ti. A única coisa que te peço é que prestes atenção a tua vida, que teu estado de alerta seja teu guia.
Esta vida não é uma prova, nem um degrau, nem um passo no caminho, nem um ensaio, nem um prelúdio para o paraíso. Esta vida é o único que há aqui e agora, e o único que precisas.
Eu te fiz absolutamente livre. Não há prêmios nem castigos. Não há pecados nem virtudes. Ninguém leva um placar. Ninguém leva um registro.
Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida um céu ou um inferno.
Não te poderia dizer se há algo depois desta vida, mas posso te dar um conselho. Vive como se não o houvesse. Como se esta fosse tua única oportunidade de aproveitar, de amar, de existir. Assim, se não há nada, terás aproveitado da oportunidade que te dei.
E se houver, tem certeza que Eu não vou te perguntar se foste comportado ou não. Eu vou te perguntar se tu gostaste, se te divertiste... Do que mais gostaste? O que aprendeste?
Pára de crer em mim - crer é supor, adivinhar, imaginar. Eu não quero que acredites em mim. Quero que me sintas em ti. Quero que me sintas em ti quando beijas tua amada, quando agasalhas tua filhinha, quando acaricias teu cachorro, quando tomas banho no mar.
Pára de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que Eu seja?
Me aborrece que me louvem. Me cansa que agradeçam. Tu te sentes grato? Demonstra-o cuidando de ti, de tua saúde, de tuas relações, do mundo. Te sentes olhado, surpreendido?... Expressa tua alegria! Esse é o jeito de me louvar.
Pára de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que te ensinaram sobre mim. A única certeza é que tu estás aqui, que estás vivo, e que este mundo está cheio de maravilhas. Para que precisas de mais milagres? Para que tantas explicações?
Não me procures fora! Não me acharás. Procura-me dentro... aí é que estou, batendo em ti.
Rocinha e os Homens da Lei
Que não paire a menor dúvida quanto a minha satisfação com o domínio da Rocinha pelos homens da lei. Meus entusiasmados aplausos a essa turma de bem. É importante que se entenda essa ação como parte de um projeto maior. Uma densidade populacional desse porte não leva a nada que não à sujeira, a uma vida abaixo da linha da dignidade humana e com muita freqüência, ao crime. Essa catarse coletiva de alegria nos dá uma amostra do que viveremos quando caírem os Sarneys, Dirceus, Ca(na)lheiros, etc. Se a lei não nos levar a uma “primavera latina”, o povo ainda o fará e pelo pior caminho. O Brasil não irá caminhar para sempre na contramão da história.
Café da Lioca
Ainda que eu acordasse nas primeiras horas de todas as manhas durante varias eternidades para preparar o café da minha mulher, me faltariam eternidades para demonstrar toda minha gratidão. Te amo Lioca!
ESSE NOME TEM PODER
Há cerca de 30 dias, após uma noite agitada por um intenso mal estar, decidi aceitar a incontestável verdade que teimamos em negar; - o tempo não para! Visto isso e apenas a título de check up, realizei na manhã seguinte, uma série de exames, certo obviamente, de um resultado favorável. Como um dos índices suscitou dúvida, segui no que chamamos de estratificação da pesquisa, ou seja, partir para outros níveis de investigação, que culminou em uma cirurgia. Tudo muito rápido, vejo-me agora, de volta ao conforto do lar, em franca recuperação, recordando os momentos em que a dor foi uma companheira freqüente e Lia uma parceira constante, que dividiu comigo, as aflições, angústias e as lágrimas de alegria. Eu tive a constatação de uma antiga revelação, que como um raio de luz, clareia o caminho. Vivenciei a benção que é dada a poucos de nós. Descobri como o pronunciamento de um simples nome, pode nos trazer tamanha paz e alívio da dor. Como um mantra, repetia nas horas difíceis, o nome, e como milagre, acalmava minha alma e afastava minha dor. Para que não paire dúvidas, confesso o que ininterruptamente repetia: Lia, Lia, Lia, Lia.
terça-feira, 30 de agosto de 2016
Na Pedra e na Areia
Conta-se que em uma ocasião já perdida no tempo, duas
caravanas encontraram-se a beira de um rio, cada qual em seu destino para
negociar suas mercadorias. Cheios de sonhos e felizes, sentaram-se em torno do
fogo, beberam moderadamente, riram e tornaram-se bons e velhos amigos. Antes
de se recolherem, um deles chamou seu serviçal e lhe ordenou que gravasse em
uma grande pedra que naquela data, Omar e Samir tiveram a felicidade de se
encontrar e selar uma fraternal amizade e que isso era razão de enorme
regozijo.
Retornando de seus negócios, encontraram-se de novo junto ao
mesmo rio e também agora riam, contavam histórias e beberam demais da conta até
que Samir já inebriado pelo álcool e em meio a festa, se desentende com Omar e
lhe esbofeteia a face.
Imediatamente esse chama o mesmo serviçal e lhe ordena escrever
na areia que naquela data, por um banal motivo, tocados pelo excesso de vinho,
seu fraternal amigo o agredira. Sem entender, Samir lhe questiona o porque de
agora registrar na areia. “- que nossa amizade perdure o tempo que durar a
gravação na pedra e que nosso momento de tristeza dure o tanto tempo que essas
palavras permanecerem na areia.”
Sob uma ótica perversa e egoísta, não raro antigos amigos são
alvos de críticas por não corresponderem mais ao que já foram um dia. Se
valoriza mais a nossa saudade do que a felicidade do outro. A amizade
verdadeira é eterna. Há poucos anos assisti a uma final de tênis entre duas
grandes amigas e quando a campeã foi questionada em como iria gastar o dinheiro
do prêmio, respondeu que ainda iria decidir junto com sua “irmã”.
quarta-feira, 13 de julho de 2016
Loucos caminhos
Se são loucos seus caminhos
Que direi dos caminhos meus
me perdendo em seus carinhos
me fingindo passar por deus
Que direi dos caminhos meus
me perdendo em seus carinhos
me fingindo passar por deus
LIFE IS A TALE
Life is a tale
Told by an idiot
Full of sound and fury
Signifying nothing
O que assistimos hoje em termos de violência, expressa em
cada uma de suas diversas facetas, ultrapassa de muito o aceitável para qualquer
um que ainda guarde um pingo de humanidade.
Vejo que um dos argumentos do “Malvado Favorito” do Beto
Jefferson, em seu depoimento na câmara em sua defesa, é de que o mesmo
acontecerá com os outros parlamentares, ou seja, também serão punidos por seus
mal feitos. A conclusão lógica desse raciocínio torto é deixar o crime impune
sob a ameaça de termos que castigar todos os males.
O que mais tem são explicações sócio psicológicas para a
onda de agressões com armas de fogo de modo indiscriminado, matando-se ao bel-prazer
por tiros diretos ou balas perdidas.
A meu ver a cabeça da serpente é cultural. A famigerada Lei
de Gerson, onde tudo vale desde de que se leve vantagem, extrapolou os campos
de futebol e como um vírus mortal tomou a alma e o comportamento desse povo que
perdeu a passividade para se tornar leniente com o mau.
A vida perdeu o sentido. No início dos anos 1600, Shakespeare
escreveu uma peça sobre o assassinato de um rei e suas consequências - Macbeth.
Aqui o dramaturgo expressa em poucos versos a essência de seu pensamento,
talvez mais profundo que o “ser ou não
ser” e tão atual nesses tempos que mais parecem aqueles das Capitanias
Hereditárias, em que vigorava a lei de uma selva de bestas.
Esses versos nunca foram tão atuais.
Life is a tale
Told by an idiot
Full of sound and fury
Signifying
nothingterça-feira, 17 de maio de 2016
Al Capone e as Pedaladas
Cabe agora ao mesmo povo que se colocou nas ruas, travar novas batalhas, identificar antigos inimigos, reforçar suas baterias e como dizia um velho amigo super herói - "para o alto e avante"!
Espero que possamos identificar o juiz Sérgio Moro como o chefe dos intocáveis, que sejam samurais, que lutem conosco pela honra e com ela, pela sobrevivência dessa desorganização social chamada Brasil.
Não é hora de esmorecer. Não chegou o tempo de relaxar. Ainda não podemos cantar vitória, mas Roma era o mundo e caiu, o império de Gengis Kahn não durou 3 séculos, a Macedônia passou nas mãos de vários impérios e acabou como havia previsto Tito. 1975, em pleno domínio do militarismo ninguém imaginava que 6 anos depois estariam apeados do poder. Os muçulmanos foram, voltaram e tentam ir de novo da maneira errada, as dinastias egípcias duraram 3000 anos nas mãos de 9 famílias, a idade média viveu uma longa noite de 1000 anos. Por aí caminha a história da humanidade.
Esse caos no pais tropical há de ser vencido. O problema é que a história caminha a passos largos de décadas e/ou séculos. Talvez minha geração não veja o fruto dessa luta, mas nossos descendentes saberão que não nos calamos e que preparamos o solo para um generoso plantio.
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