segunda-feira, 31 de outubro de 2016

O Pingo do "i"

Há alguns anos um país do médio oriente decidiu hospedar uma reunião do chamado “movimento dos não alinhados”, uma organização surgida em 1955, encabeçada por líderes de conduta questionável, (permito-lhes assim o benefício dúvida) que se diziam imparciais, queriam distância dos blocos comunista & capitalista e cujos dez mandamentos não se encaixavam em nenhum deles. 

Composto por terceiro mundistas cujo alvo maior é geralmente os EUA, têm sua sede em Nova Iorque, sob o teto das Nações Unidas. 

Diria que colocar os pingos nos "is" é preciso.

Lembro que seu primeiro secretário foi nada mais nada menos que Tito da Yuguslávia, passando por Sukarno, Nasser, Fidel, seu mano, Mubarak e outros afins. Tutto buona gente! Eis seus ditames:

1.   Respeito aos direitos humanos fundamentais e aos objetivos e princípios da Carta das Nações Unidas.
2.   Respeito à soberania e integridade territorial de todas as nações.
3.   Reconhecimento da igualdade de todas as raças e a igualdade de todas as nações, grandes e pequenas.
4.   A abstenção de intervir ou de interferir nos assuntos internos de outro país.
5.   O respeito ao direito a defender-se de cada nação, individual ou coletivamente, em conformidade com a Carta da ONU.
6.   A abstenção do uso de pactos de defesa coletiva a serviço de interesses particulares de quaisquer das grandes potências.
7.   A abstenção de todo país de exercer pressões sobre outros países.
8.   Abster-se de realizar atos ou ameaças de agressão, ou de utilizar a força contra a integridade territorial ou a independência política de qualquer país.
9.   A solução pacífica de todos os conflitos internacionais, em conformidade com a Carta da ONU.
10.A promoção aos interesses mútuos, à cooperação e o respeito à justiça e às obrigações internacionais.



quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Eu podia estar roubando ...?!

Com essa gana de vencer as adversidades, de tentar passar o mais incólume possível pela crise, vemos guerreiros que não se curvam e muitas vezes cruzamos com eles adentrando o ônibus para vender balas, canetas e outras bugigangas que lhes garantam o prato à mesa.

Outro dia subiu na minha condução um simpático e risonho rapaz que começou seu discurso com uma fatídica frase: “Eu podia esta roubando, mas estou aqui vendendo balas”.

Foi aí que eu quase enfartei. Como é que é?! De onde cara pálida você tirou a idéia de que poderia estar roubando? As dificuldades que porventura atravessam nosso caminho não são um alvará para liberação do crime. A seguir essa linha de raciocínio, alguém iria também ponderar – Eu poderia estar vendendo bala, fazendo ultrassonografia, trabalhando na obra como engenheiro, exercendo com dignidade meu cargo público, mas estou roubando. Claro porque roubar segundo essa lenda que acaba de ser criada, é uma opção válida. Não! Não é.

A liberalidade com pequenos delitos foi o que levou nosso país a essa situação caótica em que a exceção passou a ser uma regra. Os ladrões discursam com os olhos arregalados, espantados e surpresos com a indignação da vítima. – Qual é o problema? Tirei sim, mas todo mundo tira.

Um ex funcionário público que galgou o mais alto cargo do país, alegou com a maior desfaçatez que de fato fazia o chamado caixa 2 porque essa era uma prática usual na política. Justo quem havia chegado lá com a promessa de moralização das instituições.

Estacionei meu carro em uma vaga comum, mas poderia tê-lo feito na vaga de um deficiente ou idoso. Devolvi o troco que a caixa me deu a mais por engano, mas poderia ter calado e ficado com uns trocados a mais. Não idiota, não poderia não!

As coisas mais simples de uma organização social, como um ônibus parar no ponto para pegar seu passageiro, ficaram perdidas nesse esgarçamento do tecido social. Essa administração, desde representantes de bairro até a presidência, passando pelas câmaras de políticos de todos os níveis, precisa passar seus 40 anos de deserto, a fim de criar uma nova estirpe e um novo conceito de decência e atitude comunitária.

Vai ser duro, mas é melhor do que estar roubando.


domingo, 23 de outubro de 2016

DEUS, SEGUNDO BARUCH SPINOZA

“Pára de ficar rezando e batendo o peito! O que eu quero que faças é que saias pelo mundo e desfrutes de tua vida. Eu quero que gozes, cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que Eu fiz para ti.

Pára de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo construíste e que acreditas ser a minha casa.

Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas praias. Aí é onde Eu vivo e aí expresso meu amor por ti.

Pára de me culpar da tua vida miserável: Eu nunca te disse que há algo mau em ti ou que eras um pecador, ou que tua sexualidade fosse algo mau.

O sexo é um presente que Eu te dei e com o qual podes expressar teu amor, teu êxtase, tua alegria. Assim, não me culpes por tudo o que te fizeram crer.

Pára de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver comigo. Se não podes me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar de teus amigos, nos olhos de teu filhinho... Não me encontrarás em nenhum livro!

Confia em mim e deixa de me pedir. Tu vais me dizer como fazer meu trabalho?

Pára de ter tanto medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito, nem te incomodo, nem te castigo. Eu sou puro amor.

Pára de me pedir perdão. Não há nada a perdoar. Se Eu te fiz... Eu te enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio. Como posso te culpar se respondes a algo que eu pus em ti? Como posso te castigar por seres como és, se Eu sou quem te fez? Crês que eu poderia criar um lugar para queimar a todos meus filhos que não se comportem bem, pelo resto da eternidade? Que tipo de Deus pode fazer isso?

Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei; essas são artimanhas para te manipular, para te controlar, que só geram culpa em ti. Respeita teu próximo e não faças o que não queiras para ti. A única coisa que te peço é que prestes atenção a tua vida, que teu estado de alerta seja teu guia.

Esta vida não é uma prova, nem um degrau, nem um passo no caminho, nem um ensaio, nem um prelúdio para o paraíso. Esta vida é o único que há aqui e agora, e o único que precisas.

Eu te fiz absolutamente livre. Não há prêmios nem castigos. Não há pecados nem virtudes. Ninguém leva um placar. Ninguém leva um registro.

Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida um céu ou um inferno.

Não te poderia dizer se há algo depois desta vida, mas posso te dar um conselho. Vive como se não o houvesse. Como se esta fosse tua única oportunidade de aproveitar, de amar, de existir. Assim, se não há nada, terás aproveitado da oportunidade que te dei.

E se houver, tem certeza que Eu não vou te perguntar se foste comportado ou não. Eu vou te perguntar se tu gostaste, se te divertiste... Do que mais gostaste? O que aprendeste?

Pára de crer em mim - crer é supor, adivinhar, imaginar. Eu não quero que acredites em mim. Quero que me sintas em ti. Quero que me sintas em ti quando beijas tua amada, quando agasalhas tua filhinha, quando acaricias teu cachorro, quando tomas banho no mar.

Pára de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que Eu seja?

Me aborrece que me louvem. Me cansa que agradeçam. Tu te sentes grato? Demonstra-o cuidando de ti, de tua saúde, de tuas relações, do mundo. Te sentes olhado, surpreendido?... Expressa tua alegria! Esse é o jeito de me louvar.

Pára de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que te ensinaram sobre mim. A única certeza é que tu estás aqui, que estás vivo, e que este mundo está cheio de maravilhas. Para que precisas de mais milagres? Para que tantas explicações?

Não me procures fora! Não me acharás. Procura-me dentro... aí é que estou, batendo em ti.

Rocinha e os Homens da Lei

Que não paire a menor dúvida quanto a minha satisfação com o domínio da Rocinha pelos homens da lei. Meus entusiasmados aplausos a essa turma de bem. É importante que se entenda essa ação como parte de um projeto maior. Uma densidade populacional desse porte não leva a nada que não à sujeira, a uma vida abaixo da linha da dignidade humana e com muita freqüência, ao crime. Essa catarse coletiva de alegria nos dá uma amostra do que viveremos quando caírem os Sarneys, Dirceus, Ca(na)lheiros, etc. Se a lei não nos levar a uma “primavera latina”, o povo ainda o fará e pelo pior caminho. O Brasil não irá caminhar para sempre na contramão da história.

Café da Lioca

Ainda que eu acordasse nas primeiras horas de todas as manhas durante varias eternidades para preparar o café da minha mulher, me faltariam eternidades para demonstrar toda minha gratidão. Te amo Lioca!

ESSE NOME TEM PODER

Há cerca de 30 dias, após uma noite agitada por um intenso mal estar, decidi aceitar a incontestável verdade que teimamos em negar; - o tempo não para! Visto isso e apenas a título de check up, realizei na manhã seguinte, uma série de exames, certo obviamente, de um resultado favorável. Como um dos índices suscitou dúvida, segui no que chamamos de estratificação da pesquisa, ou seja, partir para outros níveis de investigação, que culminou em uma cirurgia. Tudo muito rápido, vejo-me agora, de volta ao conforto do lar, em franca recuperação, recordando os momentos em que a dor foi uma companheira freqüente e Lia uma parceira constante, que dividiu comigo, as aflições, angústias e as lágrimas de alegria. Eu tive a constatação de uma antiga revelação, que como um raio de luz, clareia o caminho. Vivenciei a benção que é dada a poucos de nós. Descobri como o pronunciamento de um simples nome, pode nos trazer tamanha paz e alívio da dor. Como um mantra, repetia nas horas difíceis, o nome, e como milagre, acalmava minha alma e afastava minha dor. Para que não paire dúvidas, confesso o que ininterruptamente repetia: Lia, Lia, Lia, Lia.