Representava várias
qualidades, como poder, beleza e capacidade de preservar a espécie. Era enfim
uma deusa e na limitação da capacidade artística da época, uma projeção do que
representava a fêmea naquela cabeça masculina não tão vazia. Por tudo isso
recebeu a alcunha de Vênus de Willendorf.
Nos dias atuais abundam as
bundas nos palcos e desfiles, expostas em um erótico frenesi que transtorna a todos nós. Difícil
achar um homem que não nutra admiração por essas curvas.
Assistimos há pouco dois
eventos no mesmo local, em momentos difrerentes, um a expressão de arte de uma ópera com belas
fantasias, contrastando com outro que se apresentaram nas mesmas areias mas com
abuso da exposição daquelas curvas dignas da Vênus de Willendorf.
Uma dessas divas, reconhecida
por sua inteligência e cultura, sua capacidade de aprender e se comunicar em
vários idiomas, abusava da exposição de
suas monumentais curvas desviando as merecidas palmas e ovações de sua arte para
seu lado Willendorf.
A arte é milenar, assim como o são as abundantes curvas! Estou certo Vênus?
A medicina hoje entende isso de outra forma e oferece recursos para contornar os malefícios dessa distrofia. Fale com seu médico e viva saudável.
Arnaldo é o cara das grandes tiradas, sempre foi.
ResponderExcluirEssa comparação que você faz entre o olhar dos homens de hoje e o de 30 mil anos atrás é uma sacada genial.
O texto é super interessante e convincente — faz a gente pensar como se aquele tempo e o de agora fossem o mesmo momento.
No fundo, tudo na história da humanidade sempre teve duas interpretações.
O homem parece ter o dom de escolher uma e esconder a outra.
Lembrei de uma história antiga, de uma cidade invadida, em que vinte anos depois os maridos voltaram da guerra e encontraram as mulheres casadas com os inimigos — a dor que sentiram lá é a mesma que se sentiria hoje.
E também dessa coisa de como, na história, a mãe de Jesus era chamada de Virgem Maria — e hoje continua viva essa mesma necessidade interior dos homens de enxergar sua mãe como pura, virgem e santa.
É quase impossível um homem olhar no espelho, dizer que foi de muito desejo amalucado chamado proibido, muita mordida na maçã que deu eu como fruto daquela loucura de mamãe.
No fundo, ele sabe — mas prefere dizer que veio do amor, da pureza, e aceitar as loucuras que eram do pai porque é mais bonito.
Mal percebe que as duas frases falam da mesma coisa.
Talvez aí esteja a prova de que os sentimentos humanos continuam os mesmos há 30 mil anos:
a gente muda de roupa, de época e de crença, mas continua escolhendo qual parte da verdade quer ver. — Mauro, do irmão que te admira muito