Há poucos dias recebi uma
mensagem eletrônica de um amigo também judeu que como tal, se dizia envergonhado por essa triste passagem da história, intitulada Israel e o Massacre de Sabra e Chalita - Coletânea de Rosana
Bond, sobre o qual tecerei alguns comentários. Queria começar
dizendo..., mas são tantas as questões que não sei por onde dar os primeiros
passos. Portanto, se tiver um pouco fora de ordem, consideremos a complexidade
das questões.
Sem querer advogar em favor de atos inconcebíveis, não devemos
perder o foco de nossa crítica e nem acatar a desculpa esfarrapada de que não foi por mal. Se assim se deu, foi
no mínimo por falta do bem.
O massacre de Sabra & Shatila (não foi o pobre do Chalita, de quem discordo e a quem respeito) é um exemplo de lacuna na integridade moral do homem. Segundo fontes israelenses e palestinas, o crime foi perpetrado pelos maronitas, inimigos viscerais dos palestinos, enquanto o governo de Israel, responsável pela segurança da área, fingiu que nada via.
À medida que os cidadãos israelenses, oficiais e praças, membros da tropa responsável pela segurança das aldeias foram se dando conta do que se passava, em nome de uma dignidade que ainda cultivavam em si, insurgiram-se contra seus chefes e entraram na comunidade para exercer seu papel de policial, mas já era tarde. O mal triunfara naquela fatídica madrugada.
O massacre de Sabra & Shatila (não foi o pobre do Chalita, de quem discordo e a quem respeito) é um exemplo de lacuna na integridade moral do homem. Segundo fontes israelenses e palestinas, o crime foi perpetrado pelos maronitas, inimigos viscerais dos palestinos, enquanto o governo de Israel, responsável pela segurança da área, fingiu que nada via.
À medida que os cidadãos israelenses, oficiais e praças, membros da tropa responsável pela segurança das aldeias foram se dando conta do que se passava, em nome de uma dignidade que ainda cultivavam em si, insurgiram-se contra seus chefes e entraram na comunidade para exercer seu papel de policial, mas já era tarde. O mal triunfara naquela fatídica madrugada.
Não se pode ter como base um suposto direito exclusivo dos palestinos àquelas terras em função da sua presença. Se assim o for, prevalece o fato de os judeus estarem lá desde
Não faltam relatos sobre a aridez e o vazio daquelas terras que enquanto possessão jordaniana não presenciou nenhuma rebeldia dos palestinos, até o ano de 1970. Hussein havia oferecido cidadania jordaniana aos palestinos, com todos os direitos e custos que isso representava e como resposta teve a sublevação em setembro daquele ano.
Queriam esses palestinos a renúncia do rei. A resposta irada do rei foi tão brutal que não discriminou entre homens, mulheres e crianças ao ceifar milhares de vidas. Um dos frutos desse levante foi a criação do grupo terrorista Setembro Negro, que voltou suas baterias contra Israel. Também os cruzados antes de sair à caça dos muçulmanos aqueciam-se matando judeus.
Fala-se em mandato britânico como se fora uma dádiva dos céus. A Inglaterra alí chegou por meio das armas. O retorno à “terra prometida” sempre foi uma tônica dos judeus nesses dois mil anos de diáspora. Oravam voltados para Jerusalem e despediam-se no Pessach com a promessa – Le shaná baá be Ierushalaim – Ano que vem em Jerusalém, o centro ideológico e político desse povo, que sempre entendeu sua ausência como uma anomalia a ser corrigida.
Falar em percentual de divisão é uma discussão estéril. Israel tem 30% de árabes como cidadãos, inclusive com assento no parlamento. Ninguém mandou os judeus à Palestina, nome que, aliás, foi uma criação dos romanos, não satisfeitos em expulsar os judeus de suas terras ainda deram a ela o nome de Philistina, em homenagem a seus inimigos históricos. Seria algo como a Inglaterra esticar sua aventura nas Malvinas, destronar o Brasil e dar a essa terra o nome de Argenta, sem qualquer alusão aos políticos brasilenhos que só pensam “en la plata”.
Foi uma conquista e um retorno à casa. A compra de terrenos foi absolutamente legal. Segundo as regras da modernidade, trocou-se dinheiro por terra. Cerca de 600 mil judeus viviam em países árabes em terras por eles adquiridas legalmente por várias gerações e nunca se tentou um levante judeu contra o regime do país em que moravam, nem mesmo quando foram expulsos com uma mão na frente e outra atrás, por questões meramente filosóficas de seus governos.
Frases de efeito não vestem o errado de certo. Citações de governantes ou escribas não dão autenticidade a problemas complexos que torneiam a história da humanidade. Falar em atos de terrorismo de parte a parte é passar por cima de questões básicas e fundamentais, quais sejam, a incapacidade do ser humano de resolver suas querelas por meio do diálogo. Uma vez rompida a relação diplomática, trata-se de forma e nível da violência. Esta se vai estratificando e galgando níveis inconcebíveis por uma mente sã.
Antes de questionar a degola de inocentes, a urina sobre corpos de guerreiros tombados em ação, a rajada em pente fino entregando à morte populações de civis e tantas outras formas de barbaridades, devemos nos bater com toda nossa energia contra a truculência como opção. Condenar um soldado que assassina indiscriminadamente civis distantes dos campos de batalha sem apontar para os responsáveis por colocá-lo em ambiente hostil por anos e não esperar que enxergue violência na simples figura de uma dona de casa comprando frutas na feira, ultrapassa a linha da ingenuidade. Trata-se do cultivo da maldade em uma de suas expressões mais cruéis.
Não se pode invocar a violência que vêm sofrendo todo um povo para deslocar uma nação constituída de seu lugar. É cômodo culpar o Holocausto pela criação de Israel e depois negá-lo, desta forma negando também o direito de existência desse país.
Algumas das manchetes trazidas pelo autor da mensagem são questionáveis, outras contestáveis e uma porção delas já circulam pela área da fantasia.
Sou brasileiro e nem por isso envergonho-me de sê-lo por que não cerro fileiras com os da sarna e canalheiros e embora com o corpo um pouco abatido, ainda carrego no peito a rebeldia dos meus 20 anos e o grito na garganta de que o povo unido jamais será vencido.
Da mesma forma orgulha-me ser judeu por fazer parte de um grupo que vem contribuindo para a evolução técnica da humanidade, que não cedeu às perseguições de 3000 anos, que ainda ri e anda de cabeça erguida e que se insurge contra o mal, esteja ele onde estiver.
Mas é claro, tudo isso é apenas minha opinião, baseada nos relatos colhidos na imprensa e nos contos que o mundo conta.
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Meu querido Arnaldo,
ResponderExcluirsua resposta ao Carlos e à todos que tenham lido seus comentários )do Carlos), é absolutamente fantástica! Muitos judeus com os quais convívo e também nossos filhos jamais procuraram saber o que foi o "massacre judaico de Sabra e Chatila". Nosso querido e espertíssimo colunista Arnaldo Jabor já descreveu Sabra e Chatila como a maior violencia cometida pelo povo judeu contra uma minoria racial , povo esse que tem o Holocausto nas costas... e isso na CBN para o Brasil inteiro ouvir. Portanto suas palavras transcritas da matéria de Rosa Bond deveriam ir para a nossa turma UFRJ, pois o Carlos é um ignorante do judaísmo, e me preocupa muito o seu comportamento, a ponto de me alertar sobre os seus verdadeiros interesses nessa polemica absurda, na qual ele se faz passar de coitadinho, e suas palavras no site acabam formando opinião daqueles que nunca se envolveram com a história judaica.
Mais uma vez parabéns por esta transcrição.
Mauricio chveid