sexta-feira, 11 de novembro de 2011

O Alzheimer de uma nação

Uma piada maldosa diz que o portador de Alzheimer tem a vantagem de estar sempre conhecendo gente nova porque não consegue reter nada na memória. Que mal aflige esse país, cuja memória é apagada de tempo em tempo? Como será que as pessoas assistem passivas ao sujo falando do mal lavado. Lembro ACM tecendo críticas ácidas no congresso, de onde saiu expulso por irregularidades cometidas enquanto presidente da casa. Abi Ackel, grande advogado, servidor público exemplar, dizem seus iguais, mas que nunca explicou direito a questão das pedras, para ele preciosas, agora julgando seus pares com ares de superioridade. Representantes de um povo sofrido que insiste em perpetuá-los na gerência do país na expectativa de uma casquinha de benesse, talvez.

Aspirantes a cargos públicos só poderiam se candidatar com currículos ilibados. Lugar de pessoas que vivem de dinheiro sujo é em prostíbulo e não no congresso, com todo respeito as heroínas e trabalhadoras de vida nada fácil. Lugar de bandido é na prisão e sem as regalias a que não tem mais direito suas vítimas.

Pergunto-me, com freqüência, o que sozinho posso fazer quando então, me vem a imagem de um jovem estudante enfrentando a pé e solitariamente, um tanque do exército chinês na Praça da Paz Celestial, palco de um dos maiores e mais covardes massacres dos últimos anos.

A resposta do “advogado do crime” na CPI das armas saiu espontaneamente da garganta de todo povo brasileiro. De certa forma e até um limite, ele representou o jovem contra o tanque e quem sabe tenha iniciado a derrocada de uma casa, podre em suas entranhas e usada como palanque eleitoral. Indignação e memória são o que falta a esse povo para se libertar das amarras com uma cultura medíocre e quem sabe possa de novo realmente ser feliz.

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